sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vídeo sobre aquecimento global e efeito estufa

Vídeo sobre o aquecimento global e a sua relação com o efeito estufa.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vídeo: Estratégias reprodutivas das plantas

Vídeo sobre a reprodução das plantas e as estratégias de cada grupo vegetal. Infelizmente o áudio não está bom.

Vídeo sobre a importância da fotossíntese para seres vivos

Vídeo do Telecurso 2000 aula n° 36 sobre a importância da fotossíntese para os seres vivos, inclusive o Homem.



Vídeo sobre a fotossíntese

Vídeo do Telecurso 2000 aula n° 35 sobre fotossíntese.

Vídeo sobre a diversidade vegetal

Telecurso 2000 aula 31: As plantas.

Evolução das plantas

Vídeo mostra a evolução das plantas e dá algumas características dos principais grupos vegetais. Infelizmente, o áudio do vídeo não está muito bom.

Evolução vegetal: Flor, a folha que subiu na vida - Superinteressante

Artigo da Revista Superinteressante (maio 1993) sobre a evolução das Angiospermas. Para acessar a página original, clique no título do artigo.


Evolução vegetal: Flor, a folha que subiu na vida

A mesma catástrofe que levou os dinossauros à extinção pode ter aberto espaço para que um novo tipo de plantas, as angiospermas dotadas de flores, se espalhassem pelo planeta.

por Ivonete D. Lucírio

As flores são geralmente bonitas, perfumadas e frágeis. Ninguém pensa nelas como armas de defesa. Mas foi assim que nasceram — provavelmente como um escudo para proteger dos besouros e outros insetos os óvulos das plantas fêmeas. Embora existissem há milhões de anos, até a época dos dinossauros as plantas não tinham órgãos sexuais bem desenvolvidos. E depositavam seus óvulos a céu aberto, nas junções dos galhos com o caule. Então, como a Eva da Bíblia, uma espécie aprendeu a se cobrir com uma folha, que logo se tornou uma das invenções mais felizes da natureza — a flor.
As primitivas flores não se pareciam muito com as de hoje. Lembravam mais um galho comum, sobre o qual se espalhavam as novas partes da planta — aquilo que no futuro seriam pétalas, estames e pistilos. As pétalas, por exemplo, eram soltas, não estavam soldadas entre si, e se dispunham sobre o “galho” geralmente na forma de uma espiral meio tosca. As flores eram bissexuais: tanto tinham ovário, no interior dos pistilos, como estames para gerar pólen, equivalente vegetal do espermatozóide. Ainda hoje se encontram plantas com esses traços primitivos, como a magnólia ou a vitória-régia.
Há inclusive plantas que “regrediram” ao estágio em que não havia flores — como o arroz, a cana e o milho, entre outras. Isso significa, em alguns casos, que a reprodução não é feita por células especializadas — óvulos ou pólen. Qualquer célula pode se tornar reprodutora: corta-se um pedaço da planta, joga-se no chão e ela brota num novo ser. É um sistema prático, certamente, mas o fato é que foi abandonado, há cerca de 130 milhões de anos, por alguns vegetais dotados de flores. E tais plantas se espalharam pelo mundo numa incrível diversidade de tamanhos e formatos.
Veja-se, por exemplo, a Galinsoga parviflora, uma erva daninha cuja flor não é maior que o grafite de um lápis comum: mede 1 milímetro de comprimento e 0,3 de largura. Em comparação, a flor da Rafflesia arnoldii, chega a ter 1 metro de diâmetro e pesar quase 10 quilos. Também há plantas sempre floridas, enquanto outras demoram quase um século para florir. Num caso extremo, a palmeira Corypha umbraculifera, natural do Sri Lanka, na Ásia, demora 80 anos. Em compensação sua flor é de fato um cacho de 24 milhões de pequenas flores.
Distribuídas em hastes, no topo da árvore de 25 metros de altura, elas são tão numerosas quanto especiais, já que permitem à planta fecundar-se a si mesma. Ou seja, a palmeira asiática é hermafrodita. Caso contrário, seria difícil para a espécie sobreviver: com tanta demora para florir, seria muita sorte duas plantas férteis, de sexo oposto, florescerem na mesma época e região. Imagine-se, então, o susto dos moradores de Nova Europa, no interior de São Paulo, quando viram uma Corypha precoce, de apenas 62 anos, lançar botões em dezembro passado. Há mais de 60 anos, os proprietários da Usina Santa Fé, em Nova Europa, mantêm uma coleção de quase 1000 palmeiras, entre elas alguns pés da Corypha, conta José Carlos Magalhães, caseiro da usina que toma conta da coleção.
“Comecei a perceber algo estranho na árvore no início de dezembro, mas somente 10 dias depois tive a certeza de que eram as flores, e espalhei a notícia pela fazenda.” A floração adiantou-se, provavelmente, porque em 1967 a palmeira foi atingida por forte geada, e a dose extra de adubo que recebeu (como “remédio”) pode ter acelerado seu ritmo vital. Em pouco mais de um ano, com a chegada dos frutos, a planta começará a morrer. “O metabolismo normal simplesmente cessa”, explica o botânico Hermógenes de Freitas, do Parque Ecológico da Universidade Estadual de Campinas.
Das mais estranhas às mais simples, as flores são uma invenção da natureza da qual o homem faz bom proveito. Em 1992, o Brasil lucrou 12 milhões e meio de dólares com sua exportação — crisântemos e rosas em primeiro lugar. E isso é pouco. A Holanda exporta 1 bilhão de dólares e a Colômbia 250 milhões por ano. A produção interna no Brasil chega a render 200 milhões de dólares por ano e, só em São Paulo, a floricultura ocupa mais de 10 mil hectares de terra cultivada. Esse número representa produtos para ornamentação, mas as flores têm outras serventias.
É verdade que, como alimento, elas são importantes apenas para os insetos, que consomem seu néctar e pólen. “É preciso inclusive cuidado,” diz o botânico Carlos Eduardo Ferreira de Castro, chefe da Divisão de Horticultura do Instituto Agronômico de Campinas. “Existe risco de alguém ingerir espécies tóxicas.” Seja como for, usam-se flores para fazer licor (de rosa, por exemplo); geléias, (azaléia); perfumes (rosa e violeta); estimulantes medicinais (papoula e datura, arbusto comum no México); e até inseticidas, à base da droga piretróide.
Como sempre, a economia estimula a ciência, já que os segredos da evolução podem conduzir a novas tecnologias para a produção de flores. Infelizmente ainda se sabe muito pouco sobre o aparecimento das angiospermas — os vegetais que inventaram a flor. Não é tarefa fácil reconstruir a evolução quando a matéria-prima dos fósseis é algo tão frágil. Uma das mais importantes e curiosas descobertas recentes parece ligar a ascensão das flores ao desaparecimento dos dinossauros. Esses fósseis, de fato, têm 72 milhões de anos, e portanto são da época em que desapareceram os dinossauros e grande parte dos seres vivos existentes na Terra. Além disso, menos de 15% das plantas encontradas tinham flor, o que parece pouco. Afinal, as flores já existiam há 60 milhões de anos. A idéia, então, é que em todo esse tempo as angiospermas eram minoritárias. E só puderam se expandir porque enfrentaram o desastre ecológico com mais aptidão que os vegetais mais antigos, destituídos de flores.
Essa, pelo menos, é a hipótese levantada pelo pesquisador americano Scott Wing, do Museu Smithsonian de História Natural. Foi ele quem descobriu os fósseis, há cerca de dois anos, em Wyoming, nos Estados Unidos: eles estavam em bom estado porque ficaram preservados nas cinzas de um vulcão. Ainda é preciso verificar se a pequena porcentagem de angiospermas se repete em outras regiões do planeta. Mas, se ela ficar comprovada, a flor pode ter sido o artifício responsável pela sobrevivência das angiospermas. Embora plausível, é claro que essa conclusão não explica como as flores surgiram, em primeiro lugar.
Fósseis mais antigos mostram que a maior parte das plantas era polinizada pelo vento, que carregava os grãos de uma flor para outra. Outras, contudo, recebiam a visita de insetos oportunistas, provavelmente besouros — que carregavam os grãos de pólen de uma flor para outra, facilitando a fecundação. Só que o trabalho não era gratuito e o inseto comia parte do óvulo da planta. Para agasalhar seu órgão reprodutor, a planta envolveu-o com uma folha especializada que ficava ao seu redor e já tinha a função de reprodução. Ela se fechou até recobrir completamente o óvulo, desenvolvendo contudo uma superfície para receber o pólen — o estigma. Essa estrutura foi evoluindo até ficar semelhante a uma garrafa, dentro da qual estão os óvulos, formando o aparelho feminino de reprodução.
Para confirmar a teoria, foram encontrados na Suécia fósseis de plantas bem preservados, com mais de 105 milhões de anos, cujo pólen tinha uma fina cobertura viscosa, típica de vegetais polinizados por insetos. Esses mesmos insetos que a princípio ofereciam perigo à planta tornaram-se quase imprescidíveis à fecundação e, com o tempo, teria surgido um jogo curioso. Os vegetais se precaviam contra os predadores, mas também procuravam atraí-los. Assim, colocaram os grãos de pólen em um local mais acessível, criando os estames, astes que produzem e abrigam os grãos na sua ponta. As pétalas, armadas de cor e perfume, atraíam e ao mesmo tempo serviam como campo de pouso para os insetos.
Resta ainda outra dúvida: qual das centenas de grupos de plantas existentes teria sido brindada com a flor. Catarino imagina que as flores apareceram em regiões tropicais. “É onde a presença de insetos é mais freqüente, favorecendo a polinização por esses agentes.” Um bom palpite. O que se sabe é que, bem antes disso, há cerca de 130 milhões de anos, havia muitos grupos de plantas, especialmente as primitivas gimnospermas.
Ainda presentes no planeta, estas últimas podem ter perdido parte de seus antigos membros — que se transformaram em angiospermas. Elaborada no início do século, pelo botânico russo Armen Takhtajan, essa ainda é a teoria dominante sobre o fim de um mundo comparativamente insípido e descolorido. Nos próximos anos, com o acúmulo recente de dados precisos, ela talvez ajude a pintar um panorama vivo, mais detalhado sobre o inimaginável mundo sem flores do passado.
A mais idosa do Brasil
Em 1961, alunos da Escola Nacional de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, numa excursão para coletar fósseis na Bacia de Fonseca, município de Alvinópolis, MG, encontraram algo parecido com uma flor. Era mesmo, mas o exemplar vivera cerca de 35 milhões de anos atrás, e a espécie a que pertencia já não existe mais. São palavras da paleobotânica Lélia Duarte, do Departamento Nacional da Produção Mineral, hoje na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Única especialista brasileira em vegetais do período Mesozóico (que transcorreu há cerca de 300 milhões de anos), Lélia concluiu depois de longo estudo que a planta era parente das paineiras, da família Bombacaceae. Estas habitam regiões tropicais e apresentam flores pequenas — a que foi encontrada, único fóssil de flor já descrito no Brasil, media apenas 3,6 centímetros.


Evolução vegetal: Flor, a folha que subiu na vida - Superinteressante

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Atividades Sistema Respiratório e Digestório

Queridos alunos do 8° ano

As atividades abaixo representam excelentes formas de revisarmos os conteúdos do primeiro semestre. Clique nos links abaixo:

sistema respiratório

sistema digestório

Atividade estrutura da flor

Esta atividade é voltada aos alunos do sétimo ano. No link abaixo, você poderá revisar as partes que formam a flor das Angiospermas.

atividade flor

Atividade Célula Animal

Clique no link abaixo e realize a atividade

estrutura da célula animail

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Por que o sangue circula pelo corpo?


Revista CHC | Edição 171 


Por que o sangue circula pelo Corpo?

 Por: Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda, Departamento de Anatomia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Publicado em 09/08/2006 | Atualizado em 30/07/2010




 
 Ilustração: Maurício Veneza / Gráfico: Nato Gomes

Em geral, é apenas quando nos cortamos que nos damos conta da existência do sangue. Talvez por isso muita gente não goste de ver esse líquido vermelho. Mas como ele é importante! No sangue, encontramos nutrientes gerados pelos alimentos que comemos, células que defendem o nosso organismo de doenças, oxigênio obtido com a respiração... Se o sangue ficasse parado, somente uma parte do nosso corpo desfrutaria de tudo o que ele tem a oferecer. Mas ainda bem que não é isso que acontece: o sangue circula por todo o nosso organismo, percorrendo intrincados caminhos.

Repare na região dos seus pulsos e também na dobra do seu cotovelo... Não há ali finas linhas azuis? Elas são pequenos tubos, chamados vasos sangüíneos, por onde passa o sangue. Há muitos deles espalhados pelo nosso corpo: os que vemos nos pulsos e na dobra do cotovelo são veias (vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo o sangue), mas há também as artérias (vasos sanguíneos que saem do coração, levando o sangue aos tecidos) e os capilares (vasos tão finos quanto fios de cabelo). Junto com o coração, os vasos sanguíneos formam o sistema circulatório.

É o sistema circulatório que faz com que o sangue percorra o nosso organismo por completo, permitindo que o oxigênio e os nutrientes transportados por ele cheguem a todas as regiões. Afinal, é o coração que bombeia o sangue, colocando-o em movimento, enquanto os vasos sanguíneos servem de caminho para esse precioso líquido...

No entanto, o sangue não só faz esse trabalho de entrega de oxigênio e nutrientes para diferentes partes do corpo, como também realiza outro: recolhe das células tudo o que elas não precisam mais. Para cumprir essas duas funções, porém, esse precioso líquido vermelho precisa percorrer um longo caminho, que começa e termina no coração.
 
O coração é dividido em partes, como se fossem cômodos de uma casa. Podemos imaginá-lo como uma casa de dois andares. A parte superior é dividida entre os átrios direito e esquerdo; e a inferior, entre os ventrículos direito e esquerdo (veja o desenho ao lado). Vamos acompanhar a trajetória do sangue a partir do momento em que ele sai do coração pelo ventrículo direito?

Nesse momento, o sangue quase não carrega oxigênio: traz mais gás carbônico e substâncias descartadas pelas células, pois acabou de chegar do seu “passeio” pelo corpo. Por isso, segue pelas artérias até os pulmões. Nesse órgão, ele troca o gás carbônico por muito oxigênio e volta ao coração. Entra pelo átrio esquerdo, segue para o ventrículo esquerdo e sai pela artéria aorta em direção ao resto do corpo, para recomeçar o seu trabalho: entregar oxigênio e nutrientes a cada célula, recolher o que elas não precisam mais...

Todo esse trajeto, possível graças ao trabalho do sistema circulatório, é justificado porque o sangue tem papel fundamental para que possamos sobreviver. Todos os animais possuem um sistema circulatório, mas ele pode ser mais simples do que o nosso nos peixes, anfíbios e répteis, embora também seja essencial para suas vidas.

Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda,
Departamento de Anatomia,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Exposição em Londres sobre as mudanças climáticas

Site muito interessante e rico em conteúdo sobre a Atmosfera. O único problema é que todo o site está em inglês. Tem vários jogos divertidos com os temas abordados na exposição. Vale a pena conferir.

Link exposição: http://www.sciencemuseum.org.uk/educators/whats_on_for_your_group/galleries/~/link.aspx?_id=C5CAD9F4586B4286A6C5DC5AFF0A3B18&_z=z

Link para os jogos: http://www.sciencemuseum.org.uk/onlinestuff.aspx

Atividade Sistema Circulatório 1 - 8°ano

Prezado aluno do 8° ano

Acesse o link abaixo e faça as atividades propostas.

http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/atividades/sist_circ/

Vídeo O Mundo de Beakman - Camada de Ozônio


Vídeo O Mundo de Beakman - Ataque cardíaco


Vídeo O Mundo de Beakman - Tornados


Vídeo O Mundo de Beakman - Vacina


Vídeo O Mundo de Beakman - Circulação


O que determina os diferentes tipos de sangue? - Superinteressante

Matéria da revista Superinteressante (dezembro 2003) relacionado ao sangue. Para ler o artigo na página original da revita basta clicar no título

Transfusão Sem Confusão

O que determina os diferentes tipos de sangue?

Uma pessoa com sangue tipo A, por exemplo, desenvolve os anticorpos anti-B. Ao receber o sangue de uma pessoa com sangue tipo B, esses anticorpos grudam nas hemácias do doador e fazem com que o sangue coagule.


Os tipos sanguíneos estão relacionados a uma substância chamada antígeno – a classificação pelo grupo ABO, por exemplo, corresponde à presença ou ausência dos antígenos A e B. Os antígenos têm uma propriedade especial: toda vez que ele é reconhecido pelo sistema imunológico como algo estranho – diferente das substâncias que fazem parte do organismo –, ele estimula a ação dos anticorpos presentes no sangue. Uma pessoa com sangue tipo A, por exemplo, desenvolve os anticorpos anti-B. Ao receber o sangue de uma pessoa com sangue tipo B, esses anticorpos grudam nas hemácias do doador e fazem com que o sangue coagule. Essa reação é conhecida desde 1901, quando o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos A, B, AB e O .

A porcentagem de tipos sanguíneos varia em diferentes grupos populacionais. Muitos povos indígenas, como várias tribos da América, não possuem o tipo B. No Brasil, os tipos O e A respondem, juntos, por quase 90% dos habitantes. Uma provável explicação para esse fenômeno está em pesquisas ainda não-conclusivas: elas indicam que algumas doenças são mais comuns em determinados tipos sanguíneos. O câncer de estômago, por exemplo, seria mais freqüente em pessoas com sangue tipo A; a pneumonia e certos tipos de anemia, no tipo B. Conforme certas epidemias se tornam mais freqüentes, elas matam mais pessoas de certo tipo sanguíneo – e sobra mais gente dos outros.

Além dos grupos ABO e Rh, existem ainda 27 grupos sanguíneos, sendo que a maioria deles não é sequer testada porque não interfere nas transfusões. Praticamente todos os mamíferos possuem tipos sanguíneos. Os cachorros têm seis tipos, os bois, dez, os carneiros, sete e as galinhas, cinco.



O que determina os diferentes tipos de sangue? - Superinteressante

Como os tibetanos conseguem viver em grandes altitudes? - Scientific American Brasil

Matéria da revista Scientific Americam Brasil relacionado ao sangue. Para ler o artigo na página original da revita basta clicar no título

Como os tibetanos conseguem viver em grandes altitudes?
O segredo está no sangue – e em artérias mais largas para transportá-lo
por David Biello
 
 Os moradores do Platô Tibetano sobrevivem e prosperam no topo do mundo, em uma região com altitude média de 4.500m acima do nível do mar. Lá em cima, o ar não é essa sopa rica em oxigênio à qual estamos acostumados em altitudes mais baixas. Na verdade, como muitos alpinistas descobriram para seu desapontamento, é difícil obter esse elemento vital para a vida em quantidades suficientes nos pulmões e no sangue à medida que escalam as montanhas, o que muitas vezes resulta em sintomas debilitantes como náusea e tontura, que podem chegar a ser fatais. De acordo com uma nova pesquisa, os tibetanos evitam essa náusea da altitude porque têm artérias e capilares mais largos para levar o oxigênio aos órgãos e músculos.

“Ao mesmo tempo em que os tibetanos são extremamente hipóxicos em grandes altitudes, consomem a mesma quantidade de oxigênio que nós no nível do mar”, explica a antropóloga Cynthia Beall, da Case Western Reserve University, em Cleveland. “Eles conseguem isso graças a um fluxo muito alto de sangue, transportando o oxigênio até os tecidos duas vezes mais rápido”.

Os tibetanos aumentam o fluxo do sangue produzindo grandes quantidades de óxido nítrico na parte interna dos vasos sanguíneos. O gás se espalha pelo sangue e forma nitritos e nitratos, que fazem com que as artérias e capilares se expandam e transportem o sangue cheio de oxigênio para o restante do corpo mais rapidamente que o normal.

Em um estudo com tibetanos, Beall e seus colegas relataram no “Proceedings of the National Academy of Sciences” que 88 desses homens e mulheres que moram nas alturas possuem um fluxo sanguíneo duas vezes mais rápido que 50 habitantes da cidade de Cleveland, nos Estados Unidos – que moram a apenas 205 m de altitude acima do nível do mar. Além disso, os produtos de óxido nítrico em circulação no sangue dos tibetanos é 10 vezes maior.

Na verdade, os níveis de nitritos e nitratos no sangue dos tibetanos são mais altos que nos pacientes que sofrem de uma infecção bacteriana no sangue – choque séptico –, e o fluxo de sangue é típico de pessoas que sofrem de pressão alta. No entanto, os tibetanos não sofrem com isso. “Não observamos nenhum aumento na resistência vascular”, afirma Beall. Os tibetanos também parecem ter níveis mais altos de antioxidantes em seu organismo, talvez para ajudar a reduzir o risco de colocar tanto óxido nítrico – um radical livre – em sua corrente sanguínea.

Os tibetanos também respiram bastante, inspirando o ar mais vezes por minuto que os habitantes de terras mais baixas e até mesmo que outros moradores de regiões altas – como os Andes na América do Sul, que possuem pulmões maiores que a média. Além disso, quando os tibetanos receberam oxigênio puro, seu ritmo cardíaco diminuiu em 16%. No entanto, os cientistas dizem que sua capacidade de produzir níveis mais altos de óxido nítrico é fundamental para que consigam viver sem problemas nos picos mais altos do mundo.

Seria essa capacidade uma evidência de adaptação funcional evolucionária em humanos? “Teríamos que identificar o gene e as variantes gênicas que são diferentes”, ressalta Beall, “Mas parece uma hipótese razoável no momento”.

Os tibetanos vivem nesse platô há cerca de 20 mil anos e, além de conquistar o Monte Everest – assim como outras montanhas que ostentam os picos mais altos do mundo – regularmente, ainda conseguiram estabelecer e sustentar grandes sociedades sob condições desafiadoras. O segredo do sucesso pode estar codificado em seus genes. “Trata-se de um exemplo de adaptação à hipoxia de grandes altitudes”, explica Beall, “Os tibetanos sabe que são especiais porque vivem em locais tão altos sem adoecerem”.

 
Como os tibetanos conseguem viver em grandes altitudes? - Scientific American Brasil

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não se sabe ao certo onde termina a atmosfera - Superinteressante

Matéria da Revista Superinteressante sobre as camadas da atmosfera (agosto 1996). Para visualizar a página original basta clicar no título.


Quantas camadas tem a atmosfera? O que se encontra nelas?

Há cinco camadas distintas na atmosfera. O que as diferencia é a composição química e a temperatura. "Na troposfera (veja infográfico ao lado), à medida em que se sobe a temperatura cai, porque sua fonte de calor, a superfície da Terra, fica cada vez mais distante", diz a meteorologista Maria A. Dias, da Universidade de São Paulo. Na estratosfera, quanto mais se sobe o calor aumenta, porque há mais reações entre o ozônio presente na sua composição e nos raios de Sol. Na mesosfera, não há ozônio para produzir calor e a temperatura volta a cair com a altura.
Na termosfera, o calor aumenta novamente quando se sobe, devido às reações entre nitrogênio e oxigênio. Na exosfera, os fenômenos param e a temperatura é estável. Cada uma das camadas tem um tamanho definido, exceto a exosfera, que é a última, da qual não se conhece exatamente o fim: ela desaparece progressivamente, a partir de 3 000 quilômetros.





Não se sabe ao certo onde termina a atmosfera - Superinteressante

Sangue: Precioso Líquido - Superinteressante

´Matéria da Revista Superinteressante sobre o Sangue (novembro 1989). Para visualizar a página original basta clicar no título.

Precioso líquido

Sangue, o fluido mais nobre do organismo, percorre veias e artérias levando oxigênio, nutrientes e todo o sistema de defesa; boxes sobre: imagens do sangue dentro do organismo, exame de sangue e, o medo ao ver sangue.

Cinco litros de sangue percorrem 96.500 quilômetros de vasos para distribuir pelo organismo oxigênio, nutrientes e armas de defesa. A ciência aprende a mergulhar fundo nesse fluido vital.

Por Lúcia Helena de Oliveira

Como as pedrinhas de um caleidoscópio, enquanto dançam, se transformam, no interior dos ossos, minúsculas células vão mudando de cor e de forma. Algumas se tornam gorduchas, avermelhadas e bicôncavas. Outras, de um branco quase transparente, assumem diversos formatos. No final da metamorfose, todas escoam formando finíssimos riachos do fluido mais nobre do corpo - o sangue. Nele, o exército de defesa do organismo mergulha, o oxigênio nada e os nutrientes flutuam. Sem a sua irrigação o homem não sobreviveria e, talvez por ter sido essa intuição, cultiva desde os tempos primitivos a idéia de que a própria alma pulsa ao embalo do coração ao longo de seus quase 96.500 quilômetros de veias e artérias.
Em um piscar de olhos, rigorosamente cronometrado, perdem-se 8 milhões de células sangüíneas, mas no mesmíssimo instante a medula óssea produz outras tantas. Estas, enfileiradas, após duas horas e meia de frenético ritmo industrial, poderiam formar uma ponte entre o Rio de Janeiro e Londres. Somente no ano passado cientistas americanos conseguiram isolar as células matrizes na medula óssea de cobaias - e não se poderia criticá-los se estivessem comemorando até hoje.
Pois essas verdadeiras sementes orgânicas, que dão origem às diversas células que compõem o sangue, vinham se escondendo da ciência há mais de três décadas. Existe apenas uma fugidia célula matriz sangüínea em cada 10 mil células da medula; assim, beneficiada por essa camuflagem, ela sempre escapava ao olhar dos microscópios. A descoberta da célula-mãe é um dos recentes avanços da Hematologia, a área da Medicina que estuda o sangue - uma substância que surgiu na escala evolutiva com os anfíbios, há 340 milhões de anos. Observando as transformações dessa célula, os pesquisadores querem agora descobrir os 5 litros de sangue que circulam no corpo de um adulto, representando até 7 por cento de seu peso. A rigor, os cientistas consideram o sangue um tecido, cujas partículas sólidas, as células, estão submersas em um meio líquido de cor amarelada, o plasma, formado basicamente por água. O plasma é importantíssimo, explica o hematologista Dalton Chamone, professor da Universidade de São Paulo, pois nele se dissolvem os nutrientes e a proteínas fundamentais, como os chamados fatores de coagulação, que evitam a perda do sangue, quando, por exemplo, nos cortamos.
Em uma única gota do líquido, porém, moram aproximadamente 9 mil glóbulos brancos, os linfócitos, como são chamadas as células do sangue que formam o sistema imunológico, encarregado de defender o organismo contra toda sorte de invasores, desde um grão de poeira até um vírus. Na mesma gota de sangue existem ainda de 250 mil a 500 mil plaquetas, partículas que flutuam livremente até ocorrer a menor lesão em um vaso. Então, elas se agregam, construindo uma barreira à passagem da corrente sangüínea, para evitar a hemorragia. Mas sem dúvida são os mais famosos componentes do sangue. Até porque é sua proteína, a hemoglobina, que lhe confere o tom vermelho vivo.
Sem dúvida, as hemácias andam em moda hoje em dia, ironiza o hematologista Celso Guerra, professor da Escola Paulista de Medicina, referindo-se aos atletas que se preocupam com a quantidade de glóbulos que corre em suas veias. A razão é simples: são as hemácias que transportam o oxigênio da respiração pelo corpo. Nas células, onde o sangue desemboca através de microscópicos vasos capilares, o oxigênio é queimado, a hemácia se liga ao gás carbônico, que será despejado nos pulmões .
Como os músculos consomem muito oxigênio para realizar o seu trabalho, o raciocínio de alguns esportistas é de que quanto mais hemácias houver no sangue mais combustível haverá para queimar nas competições. Existem várias fórmulas para aumentar a quantidade de glóbulos vermelhos. A mais simples é treinar em lugares altos, onde o ar é mais rarefeito. Quando cai a pressão atmosférica, o ar chega com menos força aos pulmões. Com isso, estes captam menos oxigênio. Numa tentativa de compensar a perda, um hormônio produzido nos rins ordena à medula que intensifique a linha de montagem das hemácias. Na opinião de Guerra, que há mais de três anos vem analisando o sangue de atletas brasileiros, todo o esforço para ganhar umas hemacias a mais pode ser em vão. De que adianta ter glóbulos vermelhos se dentro destes não há ferro suficiente para carregar o oxigênio?, pergunta. De fato, é por falta deste mineral no cardápio do dia-a-dia que um em cada cinco brasileiros homens é anêmico.
No caso das mulheres, que têm uma perda extra de ferro pela menstruação, a relação dobra: duas em cada cinco. O retrato de um país de gente pálida é o reflexo de um poder de compra ainda mais anêmico: o salário magro não compra carne e é do ferro existente em suas entranhas que o sangue precisa.
Outros alimentos, como o espinafre e o feijão, possuem o ferro ligado a moléculas de substâncias que o organismo não absorve com facilidade. Estima-se que durante a vida uma pessoa produza cerca de meia tonelada de glóbulos vermelhos, que se mantêm na circulação por quatro meses, até se romperem no baço e no fígado; as vísceras quebram seus componentes para serem remontados na medula óssea. Uma simples alfinetada na ponta do dedo faz derramar em torno de 5 milhões de glóbulos vermelhos. No entanto, pode-se sobreviver se cada gota de sangue dispuser de metade disso.
Mesmo assim, à menor espetadela, o organismo cauteloso dispara o alarme para uma valorosa guarda de segurança, que impede a fuga do sangue: trata-se do complexo processo de coagulação .
Mal um vaso se machuca, cuida de mandar dois sinais: uma mensagem elétrica segue pelos nervos até o cérebro - e este ordena a contração dos músculos na área ferida, diminuindo a passagem do sangue por ali; a outra mensagem é química e se dirige às plaquetas existentes na circulação. Estas, na verdade, são fragmentos de células gigantes situadas nas paredes da medula óssea. Ao perceberem as substâncias secretadas pelo tecido lesado, as plaquetas se agregam. Ativam assim uma enzima do plasma que, por sua vez, reage com uma proteína, o fibrinogênio, também do plasma.
O fibrinogênio se transforma então em fibrina, o fio insolúvel que tece uma rede para amarrar os glóbulos vermelhos: é o coágulo. Na realidade, o processo se desdobra em várias fases, das quais participam no mínimo doze fatores de coagulação, proteínas que seguem à risca a ordem de entrada em cena na operação destinada a estancar a hemorragia. A falta de um único desses fatores corta a corrente de eventos da coagulação. É o que acontece na hemofilia, doença hereditária transmitida sempre pela mãe, cujas vítimas, sempre do sexo masculino, não possuem o chamado fator número VIII.
A complexidade do processo é uma estratégia de segurança: dessa maneira, o organismo não produz coágulos sem a garantia de reações químicas que atestam a existência de uma lesão. Basta, porém, um pequeno coágulo de 2 milímetros de diâmetro para obstruir fatalmente uma artéria do coração, como ocorre no infarto. Os riscos, sem dúvida, são maiores em pessoas hipertensas. Nelas, o sangue pressiona com força as paredes dos vasos, provocando uma espécie de erosão. Formam-se em conseqüência verdadeiras brechas onde plaquetas e glóbulos vermelhos se instalam, erguendo um montículo; este vai barrando a gordura polissaturada, o colesterol de alta densidade (HDL) que circulava.
Como se estranhassem a infiltração da gordura, confundindo-a com uma nova lesão, as plaquetas voltam a se juntar sobre o lugar, aumentando o monte que se eleva no caminho do sangue. Chega enfim o momento em que o líquido não encontra passagem. A pressão sangüínea é mantida sob o controle de diversos hormônios produzidos nos rins. Além de estresse e cigarro, que prejudicam a síntese constante dessas substâncias, com o passar dos anos a safra delas diminui. É por isso. explica o professor Chamone, da USP, que pessoas mais velhas tendem a ter pressão alta.
Em matéria de sangue, contudo, os cuidados com a pressão e com o colesterol já não são os únicos hoje em dia. Pelo risco de contaminação, as pessoas têm medo de receber sangue, algo necessário nas cirurgias, sempre quando há perda acima de 0,5 litro do precioso líquido - o que se dá em mais da metade das intervenções. Quando a perda é menor, os médicos podem, por exemplo, repor apenas soro fisiológico: o coração não perdoa uma queda brusca no volume do fluido que bombeia, ameaçando falhar. O fato é que nos últimos anos muito mais gente do que em qualquer outra época soube que, da mesma forma como distribui a vida pelo corpo, o sangue pode espalhar a morte quando contaminado por vírus de doenças como a AIDS.
Em cirurgias pré-marcadas, os pacientes preferem a autotransfusão, conta Fábio Jatene, cirurgião do Instituto do Coração (Incor), de São Paulo. Há onze anos ele começou a estudar técnicas para reaproveitar o sangue de pacientes. O então médico recém-formado se interessou pelo campo mais por ser pouco vasculhado do que pelos benefícios que só ficariam evidentes com o surgimento da AIDS. Hoje ele entra duas ou três vezes por dia em centros cirúrgicos para aplicar autotransfusões. Todo sangue que jorra na operação é sugado por um equipamento e reinjetado no paciente. A técnica também é usada para aproveitar o sangue que drena no pós-operatório.
Entre 50 e 70 por cento dos pacientes que demandam transfusão acabam recebendo sangue alheio, calcula Fábio, embora, devido à autotransfusão, o volume de sangue estranho que se injeta seja muito menor. A autotransfusão não chega a ser novidade. Cientistas ingleses já aplicavam o método no século passado, mas o costume saiu de moda por causa das dificuldades técnicas e da noção de altruísmo que vicejou no século XX. O certo era doar sangue a um ilustre desconhecido e este, de seu lado, deveria aceitar o sangue de um benemérito anônimo, resume o hemoterapeuta Nelson Hamerschlak, que participa da chefia de um dos mais modernos bancos de sangue do país, instalado no quarto andar do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Rodeados pelos equipamentos do banco, Hamerschlak detém-se e declara: A beleza da minha profissão é usar todas as engenhocas para atacar o perigo de contaminação por todos os lados. Um médico pode tomar todas as precauções que a ciência proporciona ao realizar uma transfusão e, apesar de toda essa cautela, o paciente ser vítima de um efeito colateral - como se diz no jargão -, o sangue contaminado. Os chamados testes de compatibilidade determinam com segurança os fatores sangüíneos - proteínas existentes nos glóbulos vermelhos contra as quais o receptor do sangue pode produzir anticorpos.
Por exemplo, pode-se ter sangue com proteínas A, B, AB ou O. O sangue tipo O é conhecido como doador universal para transfusão de glóbulos vermelhos porque não contém fatores que reagem com anticorpos, podendo ser injetado em qualquer pessoa; quem possui sangue O, porém, só pode receber sangue do mesmo tipo. O sangue AB é o receptor universal porque, ao contrário do O, só deve ser doado a pessoas do mesmo tipo sangüíneo. Mas, como possui tanto proteína A como B, não reage ao receber qualquer sangue. Outro fator de compatibilidade sangüínea é o Rhesus, assim chamado por ter sido descoberto em macacos dessa espécies. Quem possui determinadas proteínas nos glóbulos vermelhos é Rh positivo e pode receber o sangue que não possui a mesma proteína; este sangue, porém, o Rh negativo, só pode ser misturado a sangue igualmente sem a proteína. Os fatores ABO e Rh são os mais importantes, embora existam cerca de trezentos fatores sangüíneos conhecidos.
No entanto, no que diz respeito a doenças, além da margem de erro na exatidão dos testes, há o que os médicos conhecem por janela, ou seja, o período em que o sangue da pessoa já contaminada ainda não produziu anticorpos suficientes para serem detectados.
A janela, em casos de portadores do vírus da AIDS, dura em média oito semanas. Nos Estados Unidos, com vinte vezes mais casos de AIDS que o Brasil, não passa de ínfimo 0,03 por cento o índice de doadores cujos exames flagraram a presença do anticorpo do vírus da AIDS. Já nos bancos de sangue brasileiros o índice de aidéticos entre os doadores chega a alarmante 0,7 por cento dos casos. Para Hamerschlak, do Albert Einstein, os números são uma clara indicação de que pessoas do grupo de risco procuram na doação uma maneira de fazer gratuitamente o teste da AIDS. Quando se trata de sangue, sempre há risco, sentencia ele.
Mas no Brasil os números disponíveis demonstram que o risco pode estar além da conta. Na média nacional, caso nenhum sangue fosse testado, quem recebe transfusão teria 0,6 por cento de chance de pegar AIDS, 1,3 por cento de contrair hepatite, 1,8 por cento doença de Chagas e 2,4 por cento outras infecções. Para se ter uma idéia do perigo que correriam os 100 mil hemofílicos brasileiros, cada um deles precisa receber 100 doações por ano. A fim de reduzir os riscos de contaminação, além de restringir a lista de doadores, os modernos bancos de sangue contam com o benefício da tecnologia médica - as processadoras, máquinas capazes de selecionar no próprio sangue do doador o componente que está sendo procurado. Ou seja, ele deixa de doar o meio litro de sempre de sangue total, como dizem os hematologistas, para ceder apenas, por exemplo, glóbulos brancos ou plaquetas, e assim por diante.
Como as células têm peso diferente, posso escolher exatamente aquelas que preciso retirar do sangue, através da centrifugação, explica o médico Leonel Szterling, também do Hospital Albert Einstein, enquanto colhe plaquetas do sangue de uma doadora. Através da lente côncava do aparelho podem-se ver várias esferas, formadas pelo sangue que gira em alta velocidade. No centro, feito uma bola de fogo, concentram-se os glóbulos vermelhos, cercados pela aura clara dos glóbulos brancos. Em seguida vem a esfera amarela pálida das plaquetas, que, pouco a pouco, preenchem um saquinho de plástico.
O restante do sangue é devolvido ato contínuo à doadora, cujo volume de plaquetas em poucos dias voltará ao normal. Pelo processo convencional, separando as plaquetas contidas em meio litro de sangue doado, eu precisaria de umas oito doações para conseguir o mesmo saquinho, compara Szterling. Os hemoterapeutas, especialistas em tratamento das doenças do sangue, também estão usando esse tipo de equipamento para retirar o excesso de glóbulos brancos que atacam o próprio organismo, nos casos das doenças auto-imunes, como a artrite.
No futuro, as processadoras talvez serão aplicadas apenas nesses tratamentos. Ao menos, é o que esperam os pesquisadores do Centro de Biotecnologia do Instituto Butantã, em São Paulo, que acenam com uma descoberta capaz de acabar com o drama da contaminação por doações: uma enzima que dissolve rigorosamente todo e qualquer vírus, purificando o sangue em pouco mais de 24 horas. De acordo com o médico Isaías Raw, respeitado pesquisador em Bioquímica, que dirige os estudos, trata-se de uma variação do método criado pelo Banco de Sangue de Nova York, que usa um solvente por sinal muito comum em armas químicas, combinado com um detergente da bile produzido no fígado, para destruir a carapaça do vírus.
Seu material genético fica porém intacto, informa Raw, enquanto acrescentamos à fórmula uma enzima capaz de derreter o vírus completamente sem danificar as células do sangue. Outra frente promissora de pesquisas na área está na placenta humana, que contém cerca de 300 mililitros de sangue. Os franceses desenvolveram na década de 70 a técnica de moer placentas para garimpar os coágulos de sangue. Por isso, compram anualmente 20 milhões de placentas do mundo inteiro. A idéia dos pesquisadores do Butantã não é somente colher o sangue contido na placenta mas tentar isolar nela os hormônios que fazem crescer os capilares.
No futuro, imagina Raw, as operações de safena poderão ser substituídas por injeções dessas substâncias, que ofereceriam à circulação sangüínea caminhos alternativos desimpedidos. A mais fascinante de todas as promessas talvez seja a do chamado sangue artificial, um líquido branco e leitoso, criado por cientistas japoneses, que ainda está longe de substituir o bom, velho e rubro sangue natural, mas abre animadoras possibilidades nesse campo. A descoberta data da década de 60, quando cientistas americanos sem querer deixaram cair um ratinho em um recipiente com uma emulsão de perfluorcarbono, composto capaz de dissolver gases, razão pela qual é usado, por exemplo, na fabricação de refrigerantes. Para espanto de todos, a cobaia, submersa, continuou respirando normalmente.
A razão disso, descobriu-se depois, é a alta concentração de oxigênio contido no perfluorcarbono - ou seja, ar à vontade. Nas primeiras experiências com seres humanos, no final dos anos 70, o sangue artificial só funcionou como recurso de emergência, pois quando se injetavam mais de 200 mililitros o líquido manifestava efeitos tóxicos. Hoje, embora muitos médicos tenham suas dúvidas, os japoneses garantem poder transfundir até 2 litros do sangue leitoso. Como diria o diabo do romance Fausto, do poeta alemão Goethe, o sangue é mesmo um suco muito peculiar.

Para saber mais:
Os defensores do corpo humano
(SUPER número 7, ano 2)
Resposta errada
(SUPER número 8, ano 3)

Boxes da reportagem

Quando o sangue sobe à cabeça

Quando se sente medo, o coração dispara, preparando o organismo para escapar da situação. Mas se o medo é de sangue a natureza abre exceção: como se temesse um sangramento, os batimentos cardíacos diminuem e a pressão cai tanto a ponto de causar enjôos ou tonturas. Mas por que alguém sente mal-estar, medo ou asco ao ver sangue? Para a psicóloga Maria Helena Bromberg, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o sangue em si está relacionado à vida e às emoções fortes - daí jorrarem expressões como ter sangue quente. Mas o sangue que se vê habitualmente está associado a situações negativas - acidentes, ferimentos, doenças. Então ele adquire significado oposto, acredita Maria Helena.
Por isso, ao ver o líquido ao vivo e em sua cor carmim, o pálido desconforto pode transformar-se em pânico - pânico da morte, em suma. Existem, é claro, pessoas que até gostam de ver sangue, mesmo que não saibam disso. Para o fundador da Psicanálise, Sigmund Freud, o líquido vermelho é também símbolo de intimidade sexual. Ele por certo não acreditava em vampiros, como o conde Drácula da histórias de terror, mas usou a expressão vampirismo para definir casos em que a visão do sangue ajuda a excitar sexualmente alguém - um comportamento, portanto, aparentado do sadismo.



Imagens correndo nas veias

. Quando se abrem nos vasos brechas por onde o fluido possa escapar, arma-se um verdadeiro esquema de segurança. Mas o excesso de zelo pode levar a fatais obstruções nas artérias do coração.
1) O menor ferimento que permita a fuga de uma única gota de sangue faz o organismo disparar um alarme através de sinais químicos do tecido lesado. Isso faz com que as plaquetas começam a se juntar
2) A plaqueta, cuja imagem aparece ampliada nesta foto, é na realidade um fragmento de células da medula óssea.
3) As plaquetas se detêm na ferida para dificultar a passagem do sangue. Os pontos menores são glóbulos brancos criando uma barreira química à passagem dos germes.
4) Três a seis minutos após a lesão, milhares de plaquetas agregadas formam uma película transparente para ativar proteínas no plasma.
5) Uma das proteínas do plasma, o fibrogênio, reagindo com os chamados fatores de coagulação, começa a tecer uma verdadeira rede de fios insolúveis.
6) Completamente presos por aquela rede, os glóbulos vermelhos que tentavam escapar formam um coagulo: é o fim da hemorragia.
7) O interior da artéria coronária de uma pessoa hipertensa: a forte pressão do sangue contra a parede do vaso provoca uma erosão.
8) Persistindo pressão alta, o fluxo do sangue levanta camadas com se estivesse descascando a superfície do vaso. Este, então, pode romper-se facilmente.
9) Os glóbulos vermelhos se instalam nas cavidades assim formadas.
10) Para evitar a fuga dos glóbulos vermelhos, inicia-se processo de coagulação comum a qualquer ferimento: só que a artéria herdará para sempre uma espécie de cicatriz.
11) A cicatriz, feito uma placa, acaba ficando impregnada de partículas de colesterol presente na circulação.
12) O jogo de sucessivas coagulações e depósitos de colesterol forma um montículo que pode, eventualmente, obstruir o fluxo sangüíneo e provocar o infarto.


Uma gota de verdade

Com uma agulha, a enfermeira do laboratório espeta o dedo do paciente e deposita a gota em um aparelho do tamanho de um controle remoto de TV. O equipamento analisa a luz refletida pelas moléculas sangüíneas e indica em um mostrador digital a quantidade de glóbulos vermelhos - assim, em instantes, é possível diagnosticar anemia, o que antes consumia horas de contagem das hemácias ao microscópio. A nova técnica é excepcional - seja pela inovação em si, seja porque a esmagadora maioria dos exames segue outros procedimentos. Normalmente os laboratórios de análises clínicas misturam à amostra de sangue produtos químicos capazes de provocar reações se nela existirem substâncias específicas. Cada um daqueles produtos (ou bactérias, eventualmente) destina-se a fornecer uma determinada resposta. Eles fazem as substâncias do sangue aglutinar-se, mudar de cor ou ficar radioativas. Conforme o tipo de reação, pode-se saber não só o mal que aflige o paciente, como a presença de um vírus, mas também dados do tipo taxa de hormônios, de açúcar, de colesterol etc. Qualquer infecção se revela no exame. A rigor, toda doença deixa pistas no sangue, mas nem por isso o exame de sangue é sempre o melhor caminho para o diagnóstico de uma doença. Um distúrbio cardíaco, por exemplo, pode ser indiretamente flagrado na análise por causa do aumento do número de uma certa enzima, liberada pelas células danificadas do coração. Mas é muito mais simples - e eficaz - fazer um eletrocardiograma.

Sangue: Precioso Líquido - Superinteressante

O sangue compartilhado - Superinteressante

Matéria da Revista Superinteressante sobre o Sistema Circulatório. Para visualizar a página original basta clicar no título.

O sangue compartilhado

As transfusões sangüíneas e o entendimento da eletricidade do coração são conquistas deste século.

Qual é o seu tipo de sangue? Até a virada deste século essa pergunta não fazia sentido, pois a classificação que conhecemos – os tipos A, B, AB e O, positivo ou negativo – não existia. As transfusões sanguíneas terminavam quase sempre em morte, sem que se soubesse o motivo. Foi em 1900 que o imunologista austríaco Karl Landsteiner (1868-1943) descobriu que há vários tipos de sangue diferentes entre si. A diferença se deve a uma substância chamada aglutinógeno, que pode, em certos casos, estimular a produção de anticorpos. Landsteiner verificou que o tipo de sangue que ele chamou de A era atacado pelos anticorpos existentes no sangue portador de um aglutinógeno B, provocando a morte do receptor. Já os integrantes de um terceiro tipo, chamado de O, poderiam transferir sangue para qualquer um, enquanto um quarto grupo, o AB, podia receber doações de todos os outros.
A descoberta viabilizou o tratamento de doenças do sangue, como a anemia. Facilitou também as cirurgias que implicam grandes perdas de sangue. Mesmo com todos os cuidados, volta e meia alguém morria durante uma transfusão. Landsteiner passou o resto da vida pesquisando e, em 1940, descobriu que aquelas mortes eram causadas pela presença ou ausência de outro aglutinógeno. Chamou-o de Rh, abreviatura de rhesus, o macaco em que foram feitas as experiências. As mulheres que não possuem o Rh (ou seja, Rh negativas) podem ter problemas na gravidez se o pai da criança for Rh positivo e, além disso, passar essa característica para o filho. Nesse caso, o organismo da mãe interpreta o Rh no sangue do feto como um inimigo e produz anticorpos para combatê-lo. Os anticorpos da mãe atravessam a placenta e penetram no corpo do feto, onde atacam as células sanguíneas encarregadas de transportar o oxigênio. O resultado é uma espécie grave – porém curável – de anemia, a eritroblastose fetal.

Qual é o seu tipo?

As transfusões só podem ser feitas entre indivíduos com tipos de sangue compatíveis entre si. Se você pertence ao tipo O, pode doar para qualquer um, mas só recebe de alguém do mesmo grupo. Se for AB, ocorre o contrário – aceita qualquer tipo de sangue, mas só doa para outro AB. Já os tipos A e B recebem sangue O e doam a AB, além de trocar seus problemas com gente do seu próprio grupo.

O guardião do ritmo

O marcapasso, aparelho que emite impulsos elétricos para regular os batimentos cardíacos, começou a ser usado em 1954. Ficava do lado de fora do corpo e o coração era estimulado por eletrodos na pele que deixavam queimaduras após alguns dias de uso. Naquele mesmo ano, os eletrodos passaram a ser implantados debaixo da pele, mas surgiam infecções graves. Só em 1958 o médico sueco Ake Seenin alcançou uma solução definitiva – implantar um marcapasso interno. O primeiro paciente a usar essa engenhoca dentro do peito foi Arn Larsson, um homem de 43 anos com uma séria doença no coração que obrigava os médicos a ressuscitá-lo até trinta vezes por dia. A operação foi um sucesso e Larsson ainda está vivo, 41 anos depois.

Espionando o coração

Entender as razões do coração já foi bem mais difícil do que hoje em dia. Quem facilitou essa tarefa foi o fisiologista holandês Willem Einthoven (1860-1927), ao inventar, em 1903, um aparelho capaz de medir a eletricidade envolvida nos batimentos cardíacos. O eletrocardiograma é obtido com eletrodos instalados em várias partes do corpo, a fim de detectar a corrente elétrica que atravessa o coração toda vez que ele bate. Com o eletro se pode perceber doenças cardíacas antes que elas se tornem irreversíveis.

Luzes, câmera, ação!

Até a metade do século, as cirurgias cardíacas eram raras e muito arriscadas. O médico tinha que operar com o coração em pleno funcionamento, o que o impedia de ver com exatidão o que estava fazendo. Esse obstáculo só foi removido em 1953, quando o americano John Gibbon Jr. inventou uma máquina que fornece oxigênio ao organismo enquanto o coração pára de bater.
Desde então, as cirurgias se tornaram cada vez mais sofisticadas. Em 1967 outro americano, Rene Favaloro, fez a primeira operação de ponte de safena, para liberar a passagem do sangue numa artéria coronária obstruída.
O passo seguinte foi a angioplastia, em que o bloqueio da artéria é removido por um cateter com um balãozinho na ponta. Hoje em dia, nem sempre é necessário abrir o tórax do paciente. Os médicos se orientam pelas imagens de uma microcâmera de vídeo instalada perto do coração e manipulam o bisturi através de pequenos furos no corpo.

A ciência do bem-estar

Conheça as descobertas que propiciaram, neste século, o aumento da longevidade e a melhoria das condições de saúde.
1900 - O patologista austríaco Karl Landsteiner descobre os tipos sanguíneos A, B, AB e O, tornando possíveis as transfusões de sangue.
1900 - O livro A Interpretação dos Sonhos, do austríaco Sigmund Freud, marca o início da Psicanálise, uma teoria que explica a mente humana a partir da sexualidade e das experiências infantis.
1902 - O primeiro hormônio é descoberto pelos fisiologistas ingleses William Bayliss e Ernest Starling. É a secretina, que estimula a produção de substâncias digestivas pelo pâncreas.
1903 - O médico espanhol Santiago Ramón y Cajal demonstra que as células nervosas se comunicam sem se tocar, enviando mensagens através de intervalos mais tarde chamados de sinapses.
1903 - O fisiologista alemão Willem Einthoven inventa um aparelho que registra as alterações da corrente elétrica que passa pelo coração. O eletrocardiograma é utilizado até hoje.
1905 - O russo Nikolai Korotkoff cria o primeiro aparelho para medir a pressão arterial.
1906 - Além dos alimentos fundamentais, descobre-se que o ser humano precisa de substâncias complementares, mais tarde chamadas de vitaminas. O achado é dobioquímico inglêsFrederick Hopkins.
1906 - Alois Alzheimer, um neurologista alemão, identifica um distúrbio que causa a deterioração progressiva do cérebro. A doença, hoje, leva o nome de seu descobridor.
1910 - O médico alemão Paul Ehrlich usa um composto à base de arsênico para combater a sífilis. É o início da quimioterapia, que consiste no ataque seletivo a células doentes por meio de substâncias tóxicas.
1914 - A existência dos neurotransmissores, substâncias que transmitem mensagens químicas entre as células do sistema nervoso, é descoberta pelo fisiologista inglês Henry Dale.
1917 - O psicólogo suíço Carl Jung lança o livro Psicologia do Inconsciente, que contradiz várias das idéias defendidas por Freud e inaugura uma nova tendência em psicoterapia.
1921 - A insulina do pâncreas é isolada pelos fisiologistas canadenses Frederick Banting e Charles Best. Em pouco tempo, a substância passaria a ser utilizada em larga escala para o tratamento da diabete.
1923 - Os bacteriologistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin desenvolvem a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), para combater a tuberculose.
1928 - Alexander Fleming, um bacteriologista escocês, descobre a penicilina, que daria origem ao primeiro antibiótico.
1928 - A detecção precoce do câncer no aparelho reprodutor feminino se torna possível graças a um teste criado pelo médico americano George Papanicolao.
1928 - A vitamina C é identificada pelo bioquímico húngaro Albert Szent-Györgyi.
1929 - O cirurgião alemão Werner Forssmann cria o cateterismo, um método de diagnóstico de problemas cardíacos pela introdução de um tubo nos vasos sanguíneos. Como teste, faz um cateterismo em si mesmo.
1930 - Engenheiros da empresa farmacêutica alemã Squibb inventam o microscópio eletrônico.
1935 - Os neurologistas portugueses António Moniz e Almeida Lima introduzem a lobotomia, remoção de partes do cérebro de doentes mentais. Hoje essa terapia não é mais usada.
1937 - É desenvolvida uma vacina contra a febre amarela. O microbiologista americano Max Theiler utiliza vírus atenuados, que não causam a doença, para provocar uma resposta do sistema imunológico.
1938 - O psiquiatra italiano Ugo Cerletti usa choques elétricos para amenizar distúrbios da mente – técnica que caiu em desuso a partir da década de 70.
1940 - A penicilina é purificada pelos patologista ingleses Howard Florey e Ernst Chain, possibilitando a aplicação clínica do antibiótico descoberto por Fleming em 1928.
1940 - Com base em pesquisas com macacos rhesus, o médico austríaco Karl Landsteiner descobre o fator Rh no sangue, quarenta anos após ter descoberto os tipos sanguíneos.
1941 - O oftalmologista australiano Norman Gregg aponta a rubéola durante a gravidez como responsável por problemas como catarata e surdez em recém-nascidos.
1943 - O fisiologista alemão Willem Kolff desenvolve uma máquina artificial de diálise que pode assumir as funções dos rins em pacientes com deficiência no órgão.
1944 - O primeiro anti-histamínico, droga com propriedades antialérgicas, é descoberto pelo farmacologista suíço Daniel Bovet.
1944 - O cirurgião Alfred Blalock e a pediatra Helen Taussig, ambos americanos, realizam a primeira operação numa criança com um problema cardíaco congênito.
1945 - A adição de flúor à água encanada, um meio de prevenção das cáries, é introduzida nos Estados Unidos.
1948 - O câncer começa a ser tratado com base na quimioterapia, que utiliza substâncias tóxicas para atacar as células atingidas pela doença. Até hoje, é uma das principais formas de tratamento.
1948 - O médico americano Philip Hench descobre que a cortisona, uma substância com propriedades antiinflamatórias, pode ser usada para tratar a artrite reumatóide.
1952 - A primeira vacina contra a poliomielite é desenvolvida pelo médico americano Jonas Salk.
1953 - Uma máquina com funções cardíacas e pulmonares é utilizada numa cirurgia pela primeira vez, para criar uma circulação sanguínea artificial.
1954 - O biólogo americano Gregory Pincus desenvolve uma droga que impede a ovulação, evitando a gravidez. É a pílula anticoncepcional.
1954 - Os cirurgiões americanos John Merril, Joseph Murray e Warren Guild realizam, com sucesso, o primeiro transplante de rins.
1957 - Albert Sabin, microbiologista americano, desenvolve a primeira vacina oral contra a pólio, que passa a ser utilizada mundialmente por ser mais eficaz do que a injetada.
1957 - A talidomida, uma pílula para dormir, começa a ser receitada nos Estados Unidos e na Europa. Cinco anos depois, a droga é proibida, por causar sérias malformações em fetos.
1964 - Os aparelhos portáteis de hemodiálise são adotados nos Estados Unidos e na Inglaterra, facilitando o tratamento dos pacientes com deficiência renal.
1967 - O cirurgião sul-africano Christiaan Barnard realiza o primeiro transplante cardíaco, na África do Sul. Seu paciente, Louis Washkansky, morre 18 dias após a operação.
1971 - O engenheiro elétrico inglês Godfrey Hounsfield e o físico americano Allan Cormack inventam a tomografia computadorizada.
1975 - É descoberta a endorfina, um neurotransmissor que age no cérebro como um opiáceo natural. A substância é responsável pelo alívio da dor e pela sensação de prazer.
1978 - Nasce na Inglaterra o primeiro bebê de proveta. Os responsáveis são os obstretas ingleses Patrick Steptoe e Robert Edwards.
1979 - A Organização Mundial da Saúde declara erradicada a varíola. Os vírus que ainda restam no planeta ficam trancafiados dentro de laboratórios.
1981 - São noticiados cinco casos de um tipo raro de pneumonia em homossexuais. A causa é uma doença no sistema imunológico que viria a se tornar uma das piores pragas do século: a Aids.
1982 - O governo dos Estados Unidos aprova a utilização da primeira droga produzida geneticamente. É um tipo de insulina obtido pela modificação genética de uma bactéria.
1983 - Os patologistas australianos Barry Marshall e R. Warren relacionam a úlcera gástrica à bactéria Helicobacter pylori. A hipótese dos cientistas seria definitivamente aceita dez anos depois.
1983 - O HIV, vírus da Aids, é isolado e identificado pelo francês Luc Montagnier e pelo americano Robert Gallo.
1986 - O AZT, uma droga contra a Aids, começa a ser utilizada com sucesso em pacientes infectados pelo HIV.
1994 - O geneticista americano Mark Skolnick isola o gene responsável pelo câncer de mama, abrindo novas possibilidades de tratamento da doença.
1995 - A primeira vacina eficaz contra a malária, criada pelo bioquímico colombiano Manuel Patarroyo, é aprovadapela Organização Mundial da Saúde.
1996 - Surge na Inglaterra a doença da vaca louca, provocada por estranhas proteínas infectantes, os príons, transmitidas por meio da carne contaminada.
1996 - Uma nova alternativa para o tratamento da Aids aumenta significativamente a sobrevida dos pacientes. O coquetel de drogas anunciado pelo virologista americano David Ho pode eliminar até 99% da carga viral dos infectados.
1997 - O cirurgião brasileiro Luiz Antonio Rivetti cria uma nova técnica de cirurgia no coração. Com ela, torna-se desnecessária a circulação artificial nas cirurgias de pontes de safena.
1997 - O oncologista americano Judah Folkman consegue, em testes com cobaias, bloquear a irrigação sanguínea das células cancerosas.
1998 - É lançado o Viagra, primeira droga eficaz contra a impotência. Três milhões de caixas são vendidas em dois meses.



O sangue compartilhado - Superinteressante

Veias e Artérias: Circular é preciso - Superinteressante

Matéria da Revista Superinteressante sobre o Sistema Circulatório. Para visualizar a página original basta clicar no título.


Veias e Artérias: Circular é preciso

O coração é o motor do sangue, fazendo com que ele viaje por uma rede de estradas - as artérias, veias e vasos capulares.

por Claudio Angelo

O sistema circulatório é como uma intrincada malha rodoviária. Se você emendar, uma na outra, todas as veias, artérias e capilares existentes no seu corpo, terá uma linha de 160 000 quilômetros, o suficiente para dar a volta ao mundo quatro vezes. As veias e as artérias são vias de mão única. Em cada uma delas, só trafega um tipo de sangue. Nas artérias, circula sangue oxigenado. Nas veias, o sangue saturado de gás carbônico, que se move no sentido oposto.
É pela aorta, a maior artéria, que o sangue sai do coração para irrigar o organismo inteiro. Seu destino são os capilares, lO bilhões de vasos minúsculos que levam o líquido a cada pedacinho do corpo. Os capilares têm, de comprimento, a espessura de um fio de cabelo. É lá que ocorrem as trocas gasosas. Após descarregar o oxigênio e receber o gás carbônico, os capilares se prolongam até formar as veias, já no caminho de volta ao coração. A essa altura, o sangue perdeu impulso e está mais lento. Chega ao coração com pouco mais da metade da pressão com que saiu. Por isso, as veias possuem válvulas, que impedem que o sangue flua na direção errada.
O cérebro é o cliente VIP desse sistema. "Como é um centro regulador, ela tem a prioridade no fornecimento de oxigênio, não importa o que aconteça", diz o fisiologista Paulo Tucci, da Universidade Federal de São Paulo. Quando a pressão arterial cai e falta oxigênio, o cérebro faz o corpo reduzir sua atividade na marra: é o desmaio.

Quem sabe é super

Hemácias, leucócitos e plaquetas representam 40% do volume total do sangue. O restante é um líqüido chamado plasma, composto basicamente de água. O plasma transporta também várias substâncias, de proteínas e hormônios a glicose e anticorpos

Um mal de família

Hereditária, a hemofilia é uma doença incurável.
Em agosto de 1995, o sociólogo Herbert de Souza, idealizador da Ação pela Cidadania e Contra a Fome, morreu no Rio de Janeiro, em decorrência da Aids. Betinho seguiu a sina de seus irmãos, o cartunista Henfil e o músico Chico Mário, mortos em 1988, também vítimas da doença. Os três adquiriram o vírus HIV em transfusões de fatores de coagulação, obtido do sangue de doadores anônimos. Tinham hemofilia, uma doença hereditária causada pela falta de uma proteína coaguladora. Essa doença impede a cicatrização, transformando qualquer cortezinho num sangramento sem fim. Por isso, os hemofílicos precisam de transfusões. A hemofilia é transmitida aos filhos homens por mulheres sadias filhas de um hemofílico.

O encanamento do corpo

Conheça algumas das veias e artérias por onde o sangue viaja.
OS GRANDES RIOS
Ligadas diretamente ao coração, as veias cavas superior e inferior trazem o sangue carregado de gás carbônico. A cava inferior funciona como um grande rio, com vários afluentes. Os principais vêm de órgãos como o fígado e os rins.

O TUBO DE OXIGÊNIO
Embora seja tecnicamente uma veia - porque vai dos tecidos para o coração -, a veia pulmonar carrega sangue arterial, rico em oxigênio, direto dos pulmões.
Uma vez no coração, o sangue vindo dela será impulsionado pela aorta para todos os outros órgãos.

COMBUSTÍVEL DAS PERNAS
Prolongamento da aorta nos membros inferiores, é da artéria femural que saem todos os vasos da perna. Por carregar grandes quantidades de sangue, sua ruptura pode até matar.

PEÇA SOBRESSALENTE
Embora esteja longe de ser um dos dutos principais do sangue, a veia da perna chamada safena ficou conhecida por servir como substituta de coronárias entupidas. Os médicos a usam para fazer uma "ponte" sobre a artéria entupida, para que o sangue possa voltar a circular normalmente.

NA MIRA DO VAMPIRO
Para azar dos vampiros do cinema, as veias jugulares não são o local mais adequado para se achar sangue fresco. Elas trazem o sangue com gás carbônico do cérebro para a veia cava superior, por onde ele é jogado no coração. Já as artérias carótidas, que correm ao seu lado, vêm cheias de oxigênio. Boas de morder.

A SUPER-RODOVIA
Principal artéria do corpo, a aorta é também a maior delas. Tem até cinco centímetros de diâmetro, e forma um arco sobre o coração, de onde partem as subclavianas (que irrigam os braços) e as carótidas (que oxigenam o cérebro).

Para agüentar a pressão

Artérias: Possuem uma camada muscular grossa e resistente, para suportar a pressão do sangue, que sai a todo vapor do coração.
Veias: Têm uma parede muscular mais fina e menos elástica que as artérias. Mas não precisam de mais do que isso, pois o sangue corre nelas impulsionado por uma pressão muito baixa - tão baixa que algumas têm válvulas que se fecham quando o líquido passa, para que ele não volte.


Veias e Artérias: Circular é preciso - Superinteressante

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Módulo Atmosfera - Artigo CHC: Evolução da Atmosfera

As cores do céu

A coluna De volta à pré-história explica como as cores do céu se transformaram no decorrer da história da Terra
Por: Ismar de Souza Carvalho, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Publicado em 17/06/2011 | Atualizado em 17/06/2011

Fonte: Wikipedia
Nada se movia. A manhã fria de junho convidava a permanecer quieto embaixo do cobertor sem vontade alguma de iniciar o dia. Porém, um galo cacarejava e insistia em me lembrar de que, se não me levantasse, chegaria atrasado à primeira aula do dia. Esses dias eram arrastados, intermináveis e estranhos. Apenas um minuto de atraso e não podíamos entrar no colégio. Se o sapato estivesse sujo do barro que abundava pelas ruas, também não podíamos entrar, o que evidentemente nos obrigava a ter dois sapatos: um para caminhar na rua, e o outro, para entrar no colégio. E a meia? Havia um fiscal de meias! Se ela estivesse desbotada não podíamos nem passar da porta. Porém, o mais esquisito era a hora do recreio: ficávamos todos alinhados no pátio, em pé,  separados regularmente uns dos outros como numa parada militar. Surpreendentemente, mesmo assim estávamos sempre na escola, ávidos pelos novos mundos que nossos professores nos apresentavam.
As cores do céu
Os estromatólitos atuais (Shark Bay, Austrália), produzidos pelas cianobactérias, são encontrados em ambientes semelhantes ao do início da produção de oxigênio que iluminaria nosso céu de azul. Fonte: Wikipedia<br />
Entretanto, naquele dia, havia algo estranho, pois com exceção do cacarejo do galo, o silêncio era maior. Levantei-me, organizei-me rapidamente, e saí. O dia amanheceu cinzento, enevoado e pouco se enxergava a alguns passos mais à frente. Havia um desolamento no ar pela falta da luz e de cor e o silêncio entristecia as ruas ainda vazias.
 Um mundo em tons de cinza, enevoado, e sem a possibilidade de se enxergar o azul do céu, é algo muito desagradável. Imagine agora se toda a Terra fosse sempre desta maneira. Se voltarmos aos momentos iniciais da história de nosso planeta, este seria o cenário.
 Nem sempre houve o azul do céu: essa cor resulta da abundância de oxigênio existente no ar. No início da história da Terra, a atmosfera era muito diferente da atual, e os gases que nela existiam eram principalmente o metano, enxofre, nitrogênio, amônia, gás carbônico e vapor d’água – uma combinação muito tóxica para os seres vivos que hoje existem. A atmosfera permaneceu assim por centenas e centenas de milhões de anos, mergulhada num céu cinza escuro e enevoado, constantemente iluminado por raios, no qual ecoavam os sons de trovões e grandes vulcões.
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As cianobactérias foram responsáveis pela produção de oxigênio nos primórdios da Terra. <br /> Foto: Fernanda Magina
Há 3,8 bilhões de anos, porém, este cenário começou a se transformar. O surgimento de pequenos organismos, conhecidos como cianobactérias, produziria, como resultado da fotossíntese, um novo gás – o oxigênio –, que transformaria a atmosfera de nosso planeta para sempre. Foram necessários mais um bilhão de anos até que a produção de oxigênio pelas cianobactérias fosse abundante o suficiente para clarear e iluminar o azul de nossos céus e abrir um universo de novas possibilidades para a evolução da vida.
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Fonte: Wikipedia

Módulo Atmosfera - Artigo CHC: Retorno de nave espacial (respondendo dúvidas levantadas)

A caminho de casa

Saiba por que o retorno é mais arriscado do que a ida até a Estação Espacial Internacional!
Por: Mara Figueira, Instituto Ciência Hoje/RJ.
Publicado em 09/04/2006 | Atualizado em 19/05/2010
O astronauta brasileiro Marcos César Pontes está de volta à Terra: às 20h47 (horário de Brasília) de sábado, 8 de abril, a nave russa Soyuz TMA-7 pousou no Cazaquistão, um país da Ásia. A viagem de retorno ao nosso planeta foi mais rápida do que a ida à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês): durou por volta de três horas e meia. Mas, se por um lado os astronautas a bordo da Soyuz TMA-7 ganharam tempo, por outro, perderam conforto: o sofrimento físico é maior no retorno à Terra do que na ida à ISS. Os riscos da viagem também.

Na ida até a ISS, o corpo dos astronautas sofre uma forte aceleração. Essa aceleração é cerca de quatro vezes maior do que a da Terra. “Isso significa, na prática, que uma pessoa com cerca de 70 quilos, ao viajar até a Estação Espacial Internacional, terá a sensação de ter 280 quilos”, conta Irajá Newton Bandeira, do Laboratório Associado de Sensores e Materiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 


O retorno à Terra passo a passo: A Soyuz TMA-7 se desacopla da Estação Espacial Internacional (1) e inicia seu retorno à Terra (2). Apenas uma das três partes que compõem a nave chega ao planeta: o módulo de descida (imagens: Nasa).

No retorno a Terra, por outro lado, os astronautas são submetidos a uma forte desaceleração, cerca de sete a oito vezes maior do que a aceleração da Terra. Para você ter uma idéia do que isso significa, basta dizer que o mesmo astronauta de 70 quilos que, na ida, sentiu-se com 280, agora se verá com aproximadamente 490. “Por isso é que a bordo de naves espaciais se viaja meio deitado: para suportar todo esse impacto sobre o corpo”, explica Irajá. “Também é por essa razão que há casos de astronautas que chegaram desmaiados à Terra, depois de viajarem a bordo de naves Soyuz. A desaceleração provoca uma diminuição no fluxo de sangue para o cérebro que leva ao desmaio.”

A viagem de retorno ao nosso planeta, além de desconfortável, é também mais arriscada do que a que leva os astronautas até a ISS. Isso porque a Soyuz TMA-7 vem do espaço, um ambiente onde não há ar. Para aterrissar na Terra, ela tem de atravessar a atmosfera do nosso planeta, ou seja, a camada de ar que o envolve. Para um pouso seguro, a nave espacial precisa entrar na atmosfera terrestre com um determinado ângulo. Do contrário, sua segurança pode ser comprometida. Para termos de comparação, seria como uma pessoa que mergulha em uma piscina: dependendo do ângulo que ela forme com a água na hora do salto, o resultado pode ser um magnífico mergulho ou uma barrigada, com tudo de ruim que isso pode trazer! 


O retorno à Terra passo a passo: Quando o módulo de descida da Soyuz TMA-7 está a algumas dezenas de metros da superfície terrestre, pará-quedas são acionados para freá-lo (4), sendo que o principal tem mil metros quadrados. A poucos metros do chão, foguetes localizados embaixo da Soyuz TMA-7 são acionados (5), para amortecer o pouso (imagens: Nasa).

"Se a nave reentrar a atmosfera num ângulo muito raso, pode bater na camada de ar e voltar, como se a atmosfera fosse uma cama elástica. A Soyuz TMA-7 também não pode entrar na atmosfera de forma muito perpendicular (vertical), pois, nesse caso, sua velocidade seria muito alta”, explica Irajá. “Quanto maior a velocidade, maior o atrito com a atmosfera e maior o calor gerado na superfície da nave, que poderia, nesse caso, até queimar. A nave deve ter um ângulo de entrada ideal, em que troque parte de sua velocidade por aquecimento de forma segura.”

Por todas essas questões, não é de estranhar que ninguém soubesse, exatamente, onde a Soyuz TMA-7 iria pousar no Cazaquistão. Havia um ponto de referência, mas a nave espacial poderia descer a até 80 quilômetros dali. O astronauta brasileiro, no entanto, chegou em segurança à Terra. O Brasil todo, com certeza, torceu para que a sua aterrissagem acontecesse da forma tranqüila.

Leia também as outras reportagens do
Diário de bordo do astronauta brasileiro!
Mara Figueira,
Instituto Ciência Hoje/RJ.

Módulo Atmosfera - Artigo CHC: Camada de Ozônio

A camada de ozônio, uma barreira natural

Protetores solares não são a única forma de conter a radiação ultravioleta do Sol!
Por: Volker Kirchhoff
Publicado em 16/08/1997 | Atualizado em 16/06/2010
No primeiro texto da série especial sobre verão da CHC on-line, você aprendeu que os protetores solares são necessários para evitarmos as conseqüências da exposição excessiva aos raios ultravioleta do Sol. Essa é uma radiação invisível, ou seja, sabemos de sua existência através de seus efeitos, mas o corpo humano não é capaz de senti-la. Então, já que abrir os olhos não adianta, o jeito é tomar cuidado, porque a radiação ultravioleta pode fazer muito mal à nossa saúde!


Se a camada de ozônio não existisse, poderíamos ficar menos tempo no sol sem nos queimarmos

Depois de muitos estudos, os cientistas descobriram que existem três tipos de radiação ou UV, como é conhecida. Os tipos A e B são aqueles que, em excesso, podem prejudicar nossa pele. Já o tipo C é totalmente absorvido pela atmosfera da Terra e, por isso, não chega até nós. A maior preocupação dos médicos é com a radiação UV-B, que pode causar o câncer de pele.

Mas você sabia que, além dos protetores solares, há uma outra espécie de barreira natural contra a radiação ultravioleta do tipo B? Essa barreira existe: é a camada de ozônio. No seu caminho do Sol para a Terra, a radiação UV-B passa pela atmosfera e é enfraquecida quando penetra na camada de ozônio. Ali, parte dessa radiação é absorvida, e ela chega muito mais fraca ao nosso planeta. O ozônio é um gás natural da atmosfera e a tal camada é a região em que grande quantidade desse gás está concentrada. Se essa camada não existisse, a radiação UV-B chegaria a nós com muito mais intensidade, e a gente poderia ficar menos tempo no sol sem se queimar.

verao2b.jpgAcontece que os avanços da indústria permitem que o homem invente produtos cada vez mais sofisticados. E alguns desses inventos produzem resíduos na forma de gás, que vão para a atmosfera e acabam entrando em choque com os gases naturais. Veja um exemplo: as substâncias químicas usadas para fazer gelo nas geladeiras e nos aparelhos de ar condicionado são chamadas CFC. A sigla representa as substâncias que contêm cloro, o elemento químico que destrói a camada de ozônio.

Muitas pesquisas são feitas para tentar diminuir a quantidade de cloro lançada na atmosfera. Mas os resultados desses trabalhos não são imediatos, ou seja, a destruição da camada de ozônio ainda deve durar muitos anos. Logo, a radiação UV-B deve aumentar no futuro. E, como a radiação UV-B é invisível, é muito importante que ela seja medida para que possamos nos prevenir. Hoje, existem instrumentos (dos mais simples aos mais sofisticados) para medir a camada de ozônio e a radiação ao mesmo tempo. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mantém vários medidores de radiação UV-B em vários pontos do Brasil e em países vizinhos, para estudar seus efeitos. Os pesquisadores estão sempre atentos para avisar a população em caso de necessidade.

Para saber mais: leia o artigo sobre o buraco na camada de ozônio em CHC 28.

Adaptado do artigo de Volker Kirchhoff originalmente
publicado em CHC 72